Tá pessoal, eu concordo: existem vários posts sobre isso por aí, certo? Mas e daí, vou escrever mais um. Só que aqui os posts, como vocês talvez tenham notado, são diferentes: normalmente tem uma historinha de contexto. Vamos a ela então.
A ideia que deu início a esse blog foi o fato de muitos amigos e conhecidos me procurarem, desesperados, querendo uma ajudinha com o PC deles. Já me apareceu de tudo, até isso:
Cara, socorro! Meu computador tá com vírus. Já é a terceira vez que escrevo esse email. Toda vez que leio e acho algum erro no texto, volto para consertar, e aí que tá o problema, eu vou digitando e aí vai apagando o que ta escrito na frente, que eu escrevi antes. Aí tenho que escrever o email todo dinovo. Que q eu faço?
Essa foi simples: “Velho, desliga o INSERT!”.
Diante de um repertório tão extenso, minha noiva e meu camarada (o ex-Físico Maluco) disseram: “Cara, faz um blog pra você, e escreve essas dicas lá”. E aqui estamos.
A última aventura aconteceu quando uma amiga tinha acabado de chegar de uma viagem, segundo ela, super legal. Organizando as fotos, ela selecionou a opção “Delete All”, no lugar de apenas “Delete”. Resultado: todas as fotos da viagem foram apagadas da sua câmera digital.
Rapidamente, ela contatou o seu amigo que faz computação. Aliás, todo mundo tem um “amigo que faz computação”, já notaram isso? (principalmente quem faz computação.. aí tem vários 😛 )
Mas e aí, tem jeito? Bom, não é bem a minha praia, mas vamos tentar.
O que fazer ao apagar um arquivo acidentalmente?
Sempre que você tiver apagado, deletado, excluído, etc, seus dados, arquivos de imagem, fotos, músicas, documentos importantes principalmente, etc, a primeira coisa a fazer é não mexer mais na unidade de armazenamento. Se o problema aconteceu no pendrive, desconecto-o e não mexa mais nele até saber o que fazer. O mesmo vale para sua câmera, seu diskete, HD, etc. No caso de HDs, se o arquivo estava na mesma unidade/partição do sistema operacional, o melhor é desligar o PC, tirar o HD e usar outro computador para recuperar os arquivos.
Mas por que isso? Simples: os arquivos no HD (pendrive, cartão de memória, etc) não estão em lugares certinhos. Eles estão espalhados por lá. Mas a gente acha eles rapidinho pois existe uma “tabela” (no Windows, MFT: Master File Table) dizendo “tal arquivo está na posição X”. Você deve ter notado que é muito mais rápido “mover” um arquivo de 4GB dentro da mesma unidade, do que criar uma cópia. Exatamente porque, quando a gente move um arquivo, a posição física do arquivo no HD não muda: o que muda é a informação sobre esse arquivo na tabela de alocação de arquivos: para mover, basta ir na tabela e dizer “pasta/arquivo está em X, agora se chama nova_pasta/arquivo, mas continua em X”. Da mesma forma, é muito mais rápido apagar um arquivo do que copiá-lo para o PC, certo? Pelo mesmo motivo: ao apagá-lo, não tiramos ele fisicamente do HD (suas informações magnéticas continuam lá), mas sim, atualizamos a tabela dizendo que aquele arquivo não existe mais (marcando-o como “deletado” na tabela) e que seu espaço está livre para ser usado por outros arquivos.
É aí que está o problema: se você continuar usando o pendrive, a câmera ou o HD, corre o risco de gravar um arquivo sobre a posição onde estava o arquivo que você desejava recuperar. E aí sim, depois de sobrescrever os dados magneticamente, não tem muito jeito de recuperar não. Então, apagou acidentalmente? Pare de mexer!
Como recuperar um arquivo apagado acidentalmente? (ou formatado acidentalmente)
A não ser que você seja um expert em armazenamento digital, a segunda coisa a fazer é obter uma ferramente que lhe auxilie a recuperar os dados apagados. E isso é uma coisa bastante fácil, pois essas ferramentes existem desde que pessoas apagam coisas acidentalmente, ou seja, desde o surgimento do PC. A primeira (que eu tenho conhecimento) foi o undelete. Quem lembra dele? Um comando do DOS que recuperava arquivos apagados acidentalmente. Existia também o unformat, mas aí já é outra história.
Como essas ferramentas funcionam?
O que (a maioria d’) essas ferramentas fazem é o seguinte: elas buscam na tabela de arquivos as entradas que estão marcadas como “deletado”. Esses arquivos estão marcados como “deletado”, mas ainda mantêm todas as informações, como tamanho, onde começa o arquivo, onde termina, etc. Depois, basta usar essas informações para extrair os dados do arquivo do dispositivo, e copiá-los para um lugar seguro, recuperando-o. Outra técnica, mais demorada, consiste em varrer o conteúdo do disco, passando bloco por bloco, procurando por algum bloco cujo o início se pareça com o início de algum arquivo conhecido. Por exemplo, o programa sabe que encontrou um arquivo de imagem JPEG quando acha um bloco que comece com “0xff,0xd8,0xff,0xe0”, pois todo arquivo JPEG começa assim (é um pouco mais complicado que isso, mas…).
Essas informações são úteis para sabermos da real chance de se recuperar um arquivo. Não depende só dele ter sido sobrescrito por outro (embora essa seja o maior risco de perda do arquivo). No caso da segunda técnica, por exemplo, um dispositivo que esteja muito fragmentado (o programa tem menos chances de conseguir reunir as partes), ou um arquivo que tenha um formato muito exótico (cujo cabeçalho não seja conhecido pelo programa) são outros fatores que vão influenciar nas suas chances de sucesso.
Qual ferramenta usar?
Hoje em dia, para quem utiliza o MS Windows, eu recomendo o Recuva. Muito bem feito, visual bacana e fácil de usar: tudo que um usuário do Windows espera de uma ferramenta. Recuperar arquivos utilizando o Recuva não requer prática, tampouco habilidade. Para isso, basta selecionar a unidade de onde você gostaria de recuperar o arquivo, esperar ele buscar por arquivos “apagados”, selecionar o arquivo que você deseja recuperar e recuperar.
Dentre as habilidades do Recusa, destacam-se:
- Recuperar arquivos de quase todos os lugares: pendrivers, cartões de memória, HD, câmera digital, iPod, etc. Falando mais tecnicamente, de qualquer dispositivo que tenha esses sistemas de arquivos: FAT12, FAT16, FAT32, exFAT, NTFS, NTFS5 , NTFS + EFS;
- Recuperar dados de dispositivos danificados e até de dispositivos formatos! (Bom, é o que está escrito no site: ele recupera arquivos que foram formatados também.. que bom);
- Recuperar e-mails apagados (isso se você utilizar um cliente de e-mail desktop, tipo Outlook, Firebird, etc);
- Tem a opção de “pré-visualização”, ou seja, ver o arquivo antes de recuperá-lo. Muito interessante para fotos. Experimentem na sua câmera digital. Vocês vão ficar espantados com quantas “raridades” estavam “apagadas” no cartão de memória. Ótimo pra recurar aquela foto que seu amigo apagou porque estava “feio”. Heheheheh.
- Ele pode ainda, apagar definitivamente e de forma segura um arquivo, de modo que ele não possa ser recuperado nem pelo Recuva e nem por outros programas. Provavelmente, ele escreve “0” (zero) sobre toda a área que o arquivo estava ocupando, apagando-o fisicamente (magneticamente) do dispositivo;
- Ele ainda conta com a opção “Verificação Profunda”: aquela que varre o dispositivo de armazenamento em busca de “padrões” que indiquem um arquivo, além de usar o método padrão, de buscar por arquivos marcados como deletado;
- E ainda, conta com um “Assistente (Wizard)” de recuperação, que facilita ainda mais o seu uso;
- E por fim, está disponível em várias linguagens, dentre elas, o Português.
Agora, se você está utilizando o Linux, ou gostaria de recuperar algum arquivo em um sistema não suportado pelo Recuva, outras opções são:
- Midnight Commander: para sistema de arquivos EXT2FS;
- PhotoRec (componente do pacote TestDisk): para sistemas de arquivos FAT, NTFS, EXT2, EXT3 e HFS+;
Espero que seja útil. Até a próxima.
cara legal seu blog, parabéns pela explicação… se for possivel me ajude!
passei um antivirus e deletei um arquivo do windons que não podia ter deletado, coloquei o cd do windons vista e a maquina formatou, busquei os arquivos com o recuva, pois trabalho com artes graficas e tenho muitas artes de clientes prontas, bom o recuva puxou tudo, recuperei, mas quando vou abrir, NÃO ABRE!!!
o que faço?
Tudo bom Tiago?
Bom, primeiro que tipo de arquivos são esses? Corel? Photoshop? Qual a extensão dos arquivos? Verifique se você lembrou de instalar o programa que abre esses arquivos que você citou.
Algumas programas, como o Microsoft Word por exemplo, tem a opção de “recuperar arquivo danificado”: pode ser que seus arquivos tenham sido recuperados, mas seu conteúdo tenha sido corrompido. Aí essa opção seria de grande ajuda.
Qualquer coisa passe aqui novamente, e obrigado pelo comentário.
Oh meu Deus! Eu sou o cara do e-mail desesperado por causa do “insert”! =)
Ja faz muito tempo isso. Continuo pentelhando o Maverick com minhas dúvidas lunáticas até hoje. Outro dia mesmo ele me explicou que existe uma diferença entre “release” e “debug”, no Microsoft Visual C++! Hehehe!
É isso ai, Sr Possi. Muito bom ser seu amigo, cara!
Parabéns pelo blog, e, principalmente, parabéns pela pessoa que você é.
Abraço
OI PRO FAVOR ME AJUDEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!
ESTAVA BAIXANDO UM PROGRAMA, COM O CELULAR O PENS DRIVE E O MP4 LIGADOS NO PC, E AGR PEGOU VIRUS EM TD, PQ QUANDO DESCONECTEI, PERCEBI QUE MEUS ARQUIVOS VIRARAM EXTENSÃO .EXE
PELO AMORE DE DEUS, O QUE EU FAÇO PARA TIRAR O VIRUS E AINDA SALVAR OS ARQUIVOS SEM PERDELO???
POR FAVOR, EU PRECISO AINDA DOS ARQUIVOS DO CARTÃO DE MEMORIA!!!!!!!!!
O QUE EU FAÇO?
HÁ POSSIBILIDADDE???????
ESTOU ESPERANDO SUA RESPOSTA…
Oi Ana,
primeiramente, se os arquivos são mesmo muito importantes, eu recomendo que você procure auxílio profissional.
dito isso, esses vírus que substituem seus arquivos em pendrives, cartões de memória, etc, normalmente salvam a versão original do seus arquivos em um local escondido dentro do pendrive ou cartão de memória, para que, quando você clique no arquivo .EXE que o vírus criou, o arquivo original possa ser aberto, e exibido para você, fazendo com que você não perceba a diferença. Então existem sim boas chances de você recuperar seus arquivos.
como disse antes, recomendo que você procure auxílio profissional. Ele irá examinar seu cartão de memória com programas próprios, provavelmente no Linux, que poderão dizer se seus arquivos ainda estão lá, mesmo que apagados, e tentar recuperá-los.
no momento, recomendo que você não utilize seus pendrives e cartões de memória: como eu disse no post, quando mais você utilizá-los, mais poderá “apagar de verdade” os dados dos arquivos que talvez tenham sido apagados pelo vírus, tá certo?
se mesmo assim, você ainda quiser saber como tentar recuperar os arquivos, entre em contato comigo novamente, que te passo um guia para tentar.
no mais, espero que você consiga recuperá-los.
boa sorte.
Estou desesperada!!!!!!!!!!!
Estava baixando música p meu pc, qdo um vírus apagou todas minhas fotos, documentos, programas, e isto aconteceu neste momento, e simplesmente n sei o q fazer.
Ajude-me.
Grata
Oi Eliene,
Honestamente, creio que você deva desligar seu computador, e levá-lo a um técnico que irá remover o seu disco rígido, e, utilizando um outro computador, provavelmente rodando GNU/Linux, irá fazer a recuperação dos seus arquivos. É o método mais seguro.
Em todo caso, se quiser tentar por conta própria, creio que a primeira coisa a fazer é remover o vírus. Mas isso não é uma tarefa fácil, e nem vou me arriscar a dar palpites de como fazê-la. Talvez um anti-vírus? Procurar programas estranhos no Gerenciador de Tarefas (CTRL+SHIFT+ESC, aba Processos)? Reiniciar o computador em “Modo de Segurança”?
Uma vez que o vírus tenha sido neutralizado e não possa mais apagar os arquivos, aí sim, instale o Recuva, como indicado no post, e teste recuperar os arquivos apagados. Se o vírus apenas “apagou-os” sem sobrescrevê-los, há grandes chances de você recuperá-los.
Mas lembre-se: se são arquivos muito importantes, é melhor não tentar algo que não esteja segura de fazer. E mais importante: quanto mais utilizar o computador, menores são as chances de recuperar os arquivos (pois podem ser sobrescritos por outros processos), certo?
No mais, boa sorte, e saudações aí para Portugal. 😉
belo post.
seu blog é muito ultil.
,as meu problema é sério. estava dando uma organizada nas pasta e apagando o que n enteressava. acidentalmente apaguei uma pasta toda de fotos da minha filha. desde o nascimento dela.. só percebi mais de um mês depois. mas na hora me lewmbrei que tinha copiado em um cartão de memória do celular. mas o azar foi tanto que me roubaram o celular. recuperei ele. mas o safado apagou tdodas as fotos estou incosolada. o que fazre????.
Oi Simone, obrigado pelo seu comentário.
Como aconselho a todos que têm esse tipo de problema, se for muito importante para você, minha sugestão é que você leve seu cartão de memória a um profissional, que poderá lhe ajudar da melhor maneira possível, com o mínimo de perdas de dados (fotos).
No entanto, caso você queira mesmo tentar por risco e conta própria, primeiro você precisa de um adaptador para poder ler seu cartão de memória no computador. Tendo isso, basta utilizar o software que indiquei no post que ele provavelmente irá dar conta do recado. Se as fotos foram apenas apagadas do seu cartão de memória e nada foi gravado lá desde então, são grandes as chances de você conseguir recuperar tudo, ok?
Um abraço e boa sorte.
olá..preciso de ajuda…eu apaguei umas fotos do cartão de memória deveriam ser umas 300 a 400 fotos e depois utilizei pq nao tinha dado conta que tinha apagados as outras fotos…dai fotografei e devo ter tirado umas 400 fotos…será q tem chance de recuperar as minhas outras fotos??? aguardo resposta…obrigada!